terça-feira, 20 de junho de 2017

ARTES, ARTES E ARTES

Após seis dias aproveitando as maravilhas de Ouro Preto, tomamos o carro em direção ao nosso próximo destino - Congonhas, a cidade museu das obras de Aleijadinho.

Após uma hora e pouco de uma viagem tranquila chagamos a Pousada Circuito dos Inconfidentes, que fica excelentemente localizada a poucos minutos de caminhada do Santuário do bom Jesus do Matosinhos, onde estão as famosas estátuas dos profetas em pedra sabão, e a Via Sacra com seis capelas ilustrando a Paixão de Cristo em estátuas de madeira. Tudo obra do Mestre Aleijadinho.

Além de bem localizada a Pousada é muito limpa, confortável e oferece um excelente café da manhã, recomendamos.

É muito importante visitar o museu de Congonhas, recomendamos ir primeiro ao Museu, depois subir a Via Sacra passando por todas as capelas e finalmente visitar a Basílica no topo da colina. O museu é novo e muito bem montado, visitá-lo é importante para entender desde o nome da Basílica: Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, até apreciar os detalhes das esculturas, como, por exemplo, a posição relativa entre os profetas. A obra do Aleijadinho é muito polêmica, são muitas as críticas positivas e negativas sobre as esculturas, tanto de pedra quanto de madeira. Aqueles que olham para as peças de uma forma anatômica destacam as suas imperfeições de proporcionalidade, assim como os traços das feições de muitas imagens, algumas bem feias - contrariando a beleza perfeita que se vê nas estátuas gregas e romanas nos museus da Europa. Outros, que as olham de um ponto de vista mais interpretativo afirmam que as imperfeições são exatamente uma expressão única do Aleijadinho para fazer as esculturas dizerem mais do que aquilo que se vê com os olhos - como por exemplo, talvez: o lugar, a política e a época onde o trabalho aconteceu e, por que não, os sentimentos do artista. No museu explica-se tudo.

Não há muito o que fazer em Congonhas além disso. Dormir lá não é uma necessidade, pode ser apenas uma passagem, digamos um projeto para ficar na cidade por 4 ou 5 horas é suficiente. Almoçamos na Cova do Daniel, a comida é boa. Vale a pena. À noite - cerveja!

Santuário Bom jesus de Matosinhos 

Restaurante Cova do Daniel
Profetas

Idem 
Basílica à noite 

Via Sacra

Via sacra 
Profetas

Saindo de Congonhas na segunda feira dia 5/06, rumamos para Brumadinho, onde fica o Parque Inhotim, seguindo por uma estrada bem sinuosa e com muitos quebra-molas. O nosso projeto era visitar o parque em dois dias, o dia que chegamos, dormir lá e completar a visita no dia seguinte. Aqui ocorreu um erro de planejamento, Inhotim é considerado museu, e como tal fechado na segunda feira. Diante desta realidade, a única coisa que nos restou fazer no dia em que chegamos, foi nos instalarmos na Pousada Verde Vilas, com uma localização excelente, bom café da manhã, confortável, a única crítica é que o escurecimento do quarto não é muito bom; e depois comer e beber, paciência. Fomos ao belo restaurante Brumagril, de serviço a quilo, muito bom. Ficamos lá bebendo e petiscando, tudo muito delicioso. Na mesma área do restaurante fica a Pousada Dona Carmita - belíssima, com chalés dentro do lago, muito agradável. Nem beber à noite pudemos, pois estava tudo fechado. A única coisa para fazer em Brumadinho é visitar Inhotim, o que fizemos no dia seguinte, 06/06.

O parque é fantástico, o ajardinamento de projeto do Burle Marx é impressionante, inspira uma paz e tranquilidade difíceis de se encontrar. São vários jardins, lagos, pequenas florestas, alamedas, ruas de tijolos, etc., tudo se harmoniza como música, sem que a arte humana de ajardinamento interfira no acaso da natureza - perfeito; árvores de todos os tipos, várias ilhas de vegetações que na natureza estão separadas por quilômetros de distância. Um local imperdível para se contemplar a arte da natureza.

Além do parque em si, há muitas galerias de arte espalhadas entre os jardins. A maioria das galerias são de arte moderna, confesso, muito acima da minha capacidade de entender arte, de formas que por algumas passamos muito rapidamente, outras nem entramos, da porta já dava para ver que não entenderíamos nada. OBS: por favor não levem em conta a minha opinião sobre as galerias, não sou referência para isso. Desta forma, o período de tempo que passamos lá entre 9:00 e 15:00, foi absolutamente satisfatório. 

Inhotim

Inhotim

Inhotim 
Inhotim

Inhotim

Inhotim

Inhotim
Pousada Dona Carmita 
No mesmo dia, impregnados de artes humanas e da mãe natureza, pegamos a estrada para Belo Horizonte.

domingo, 18 de junho de 2017

OURO DE TODAS AS CORES

Algumas lacunas em nossos currículos não são fáceis de explicar, aqueles que tem paciência para ler as coisas que escrevo sobre viagens, sabem que já visitei muitos lugares no mundo, alguns bem distantes de casa. Pois é, depois de tantas partidas e voltas fui finalmente passear no nosso vizinho da fronteira sul da Bahia: Minas Gerais. 

Já havia estado em Belo Horizonte algumas vezes mas todas a trabalho e tudo que conheci foram hotéis, escritórios e uns poucos restaurantes.

Às 22:35 do dia 29 de maio de 2017 tomamos, Luiz e eu, um voo para Belo Horizonte, lá chegando aos 0:15 do dia 30, dormimos próximo ao aeroporto e sob o sol deste dia tomamos um carro com destino a Ouro Preto.

Uma viagem tranquila por boas estradas com uma única interrupção para descartar e repor água no corpo, na qual aproveitamos para comer algo que não conhecia: pastel de angu, nem ao menos sabia que se fazia pastel de angu, provei o de carne - delícia.

Chegamos em Outro Preto no começo da tarde e fomos para a Pousada dos Meninos, muito confortável, limpa, com um pessoal muito educado e disponível, some-se a tudo isso a perfeita localização, um muito bem preparado café da manhã e tem-se uma excelente recomendação hoteleira na cidade. Logo de saída descobrimos que não poderíamos mais chamar Salvador de uma “cidade com muitas ladeiras”, Ouro Preto oferece aulas de doutorado nesta matéria - prepare a bata da perna quando planejar visitá-la. 

A cidade é belíssima, com certeza um dos maiores conjuntos de construções barrocas que há no mundo. Além de serem muitas construções, são muito ricas, suntuosos e belas. Passear por suas ruas já é por si só estar visitando um museu; as igrejas de Ouro Preto são memoráveis, não deixe de visitá-las: Igreja da São Francisco de Assis, onde há obras dos mestres Aleijadinho e Ataíde, Basílica (ou Igreja matriz) de Nossa Senhora do Pilar, Igreja de santa Efigenia, de onde se tem uma bela vista da cidade. Visite os museus, dentre eles o Museu da Inconfidência que fica na Praça Tiradentes. Contrate passeios com uma agência, eles fazem todo o circuito de carro com guia explicando tudo.

Para se distrair, comer, beber, e curtir a noite, na área da praça de Tiradentes ou descenda a rua Direita (rua Conde Bobadeira) encontramos muitos bares, restaurantes e cafés: Satélite, Café Ópera (na rua direita), Taberna (na praça), em todos eles saboreie as deliciosas cachaças Mineiras locais e os inigualáveis torresmos, quando voltar você cuida da saúde. A cidade tem universidades e cursos técnicos, por isso é cheia de estudantes que alegram seus ambientes. 

Ao lado do museu da inconfidência, tem um restaurante pequeno e bem barato, estilo self-service, que apesar de não oferecer uma grande variedade de pratos, as opções são deliciosos, melhor “canjiquinha com costelinha” que comi na viagem.

Descendo a rua Direita, até quase o final, virando-se a direita tem uma rua com muitos bancos, subindo uma rua lateral encontra-se o restaurante Adega Ouro Preto, este muito bom e com grande variedade de saborosos pratos self-service.

Além de história e gastronomia, Ouro Preto também oferece passeios nas redondezas. Não deixe de ir até Mariana no trenzinho da Vale (gaste um pouquinho mais e vá no vagão panorâmico, vale a pena).  O ideal é ir de trem e voltar de carro, as agências que fazem isso. No caminho visite a Mina da Passagem. Há muitas minas para serem visitadas, além desta conhecemos a Mina du (assim mesmo “du”) Veloso, e a Mina do Palácio Velho que ficam dentro da cidade, ao contrário da Mina da Passagem (que é imensa, o acesso é por carro sobre trilhos e oferece uma belo visual no interior) elas são pequenas, difíceis de entrar e caminhar, no entanto, em termos de informação histórica são superiores a da Passagem. Ir até a Cachoeira da Andorinha é muito bom para que aprecia natureza.


Ouro Preto é uma cidade para se ficar nela durante pelo menos quatro dias (ficamos cinco), vá e aproveite.

Subindo do hotel para a Igreja de São Francisco
Igreja de São Francisco
Praça Tiradentes, museu da inconfidência ao fundo
Relaxando em um bar da rua Direita
Saboreando torresmim, moela e cerveja
Bom demais da conta, sô!!!
Rua com casarões barrocos
Pub Taberna - lindo e comexcelente música, ao vivo
Idem
Olha a festa da estudantada!
Encontrando pepita na mina do Palácio Velho
He! He! He!
A caminho da cachoeira das Andorinhas
Cachoeira das Andorinhas 
Eu tinha que molhar pelo menos os pés n'água da cachoeiraBrrrrrr
Descendo à mina da Passagem
Mina da Passagem.
Atrás de nós, lago formado por lençol freático.
Mariana