segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Se deslocando em Lyon

Lyon é uma cidade de muito fácil localização no sentido macro. A parte central e mais cosmopolita da cidade é uma península formada por dois rios La Saône e Le Rhône. A língua francesa tem duas palavras para rio, uma feminina rivière e outra masculina fleuve. Quando você pergunta a diferença eles dizem que os grandes rios são fleuve e os menores rivière, aí quando você lembra de La Seine, explica-se como todas as outras loucuras da língua francesa: exceção.

Em Lyon os rios encaixam-se na definição: la Saône é um afluente de le Rhône, ela é bem menor do que ele.

Retóricas a parte, o que importa é que esses dois rios associados as duas colinas da cidade: La Fourviére e La Croix Rousse, fazem com que ninguém consiga se perder em Lyon.

No sentido micro, a cidade tem seus segredos, sendo muito antiga, Lyon começou com os Romanos a 2 mil anos, passando pelo período medieval e todos os outros que houve na evolução da Europa, é dotada de modernas e majestosas avenidas e pontes, assim como de ruelas e becos tortuosos e apertados. 

Devido a sinuosidade dos rios e seus encaminhamentos nada retilíneos algumas ruas podem ser paralelas a um rio em um determinado trecho e perpendiculares ao mesmo rio um pouco mais para frente ou para trás.

Nas partes mais antigas e históricas as casas tem padrões construtivos semelhantes, o que torna alguns destes becos muito parecidos uns com os outros se forem de uma mesma época. Resumindo é fácil se perder por ali, nada grave, pois com um pouco de deslocamento e observação pode-se sempre resolver o problema utilizando-se das referencias e encontrar o caminho do destino; para a nossa casa por exemplo a regra era: procure la Saône e suba o rio ele te levará até lá.

Ailton e eu tínhamos duas prioridades para resolver o quanto antes: deslocamento e comunicação.

Para o deslocamento Lyon oferece um sistema de transporte que é próximo da perfeição. A cidade de 1 milhão de habitantes tem 4 linhas de metro, 5 linhas de trens urbanos (tramways), duas linhas de plano inclinado além das várias linhas de ônibus elétricos e diesel. Os 2 últimos oferecem serviços noturnos, os outros param entre 00:00 e 05:00.

A compra de passagens para estes transportes pode, naqueles que tem motoristas, ser feita ao subir no veículo ou utilizar as máquinas automáticas, para os demais, apenas máquinas automáticas. As passagens não são baratas: €2,00 com o motorista €1,80 nas máquinas. Existe a opção de passes, pequenos cartões de plástico, das mesmas dimensões de um cartão de crédito, que dá acesso aos vários transportes por um determinado período de tempo em determinadas condições.

A empresa controladora de todo o sistema de transporte é a TCL, que vende vários tipos de passes. São muitos os passes, o que mais se adaptava a nossa necessidade era o pass partout que da acesso a todos os tipos de transporte dentro da, que podemos chamar, grande Lyon, por 1 mês. A nossa primeira providência foi ir a uma loja da TCL e comprar um pass partout por €60,40, pronto já poderíamos ir para cima e para baixo à vontade.

É claro que surge a dúvida: como saber os ônibus para cada destino a partir de onde se está. Facílimo, a TCL oferece um aplicativo para celular com todas as suas linhas, é só digitar o seu destino e ela, pelo GPS sabe onde você está e diz que transporte pegar. E você também pode escolher informar de onde para onde quer ir. O aplicativo informa a que horas cada transporte passará em cada ponto e a duração de cada trecho, assim pode dizer quanto tempo você levará para chegar ao destino. 

Quem quiser conhecer melhor como funciona a TCL, entre aqui: http://www.tcl.fr. Cuidado! Não vale ficar com inveja depois.

Além destes sistemas a TCL tem uma parceria com a VÉLO’V, pagando mais €15,00 pode-se utilizar, por um ano, as bicicletas oferecidas em vários pontos da cidade no sistema pegue/devolva.

Dica: Se deslocar em Lyon não é apenas fácil, é agradável, apesar do fabuloso sistema de transporte, vale a pena caminhar, caminhe sempre que puder, ou use as bicicletas, as avenidas, ruas, praças, monumentos, as beiras de rios, tudo é muito agradável. Olhar as ruas e prédios de Lyon já é por se só um excelente programa, a cidade tem prédios belíssimos. Lyon é uma cidade para passear. 

Para comunicação também foi simples, fomos a uma das várias companhias telefônicas e compramos um chip no nosso modelo pré-pago.

Uma vez que, como disse, Lyon é uma cidade para passear, foi o que fizemos neste dia depois de resolvermos nossos 2 problemas, não poderia propor outra coisa: – Vamos lá Ailton, andar e depois tomar uma cerveja (bière) em algum boteco na beira do rio.

Localização do apartamento - imagem Google
Uma das principais avenidas de Lyon - République

Excelente Boteco - La Chapelle

Le Rhône

La Saône

Apenas Lyon

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Bonjour mon ami!



O segundo dia da minha estada em Lyon foi dedicado a arrumar algumas coisas no apartamento, especialmente no meu quarto e aguardar a chegada do meu companheiro de aventura, Ailton.


Ainda sem telefones locais, sem desbloqueio do roaming internacional para o meu celular, e Ailton na mesma situação, não tínhamos nenhuma maneira de nos comunicar, o remédio era esperar em casa.


Ailton Nascimento de Almeida e eu fomos durante muitos anos colegas na Petrobras, trabalhamos pouco tempo na mesma unidade, eu fiquei sempre na Refinaria de Mataripe e ele percorreu tantos setores da empresa que ficaria maçante listar aqui, até para Houston ele foi, depois de várias experiências vividas, inclusive escapar ileso de um furacão, voltou para o Brasil. O tempo construiu entre nós uma grande amizade, uma das mais sólidas que tenho hoje, um irmão. 


Quando me aposentei ele já estava aposentado há pouco tempo e veio logo me propor esta ideia: – Vamos passar um tempo na França? Podemos estudar francês, conhecer o país e viver a experiência de morar na Europa um tempo.


Não tive nenhuma dificuldade em aceitar tão ideal programação, começamos a desenhar um plano. Ailton sendo uma pessoa prática e literalmente fascinado (diria mesmo viciado) por viajens apresentou de imediato uma proposta perfeitamente alinhada com suas características: – Vamos escolher a cidade, viajaremos para a França, passaremos uns dias lá visitando 3 cidades e selecionaremos uma, que tal? Foi o que fizemos no mês de outubro do ano anterior, uma viajem de 15 dias para escolher para onde viajar, típico do meu amigo!


Primeira parada, evidentemente, Paris. Quem conhece Paris, sabe como é, uma cidade de sonho. Ficamos lá por 5 dias, visitamos a Alliance Française, usamos intensamente o transporte público (fizemos isto também nas outras duas cidades) e depois, bem, nos divertimos de monte: museus, bares, restaurantes, noite, tudo. Que maravilha! Paris seria perfeita se não tivesse tanto turista e ... não demandasse tantos euros.


Depois passamos 3 dias em Grenoble, uma cidade alpina, muito bonita, de fácil locomoção. É um destino muito conhecido por estudantes do mundo inteiro, tornou-se famosa para o resto das pessoas depois de abrigar em um dos seus hospitais o piloto Michael Schumacher. Tendo como uma das principais características uma celestial tranquilidade é o lugar perfeito para quem gosta de dormir cedo.


Finalmente o período de 4 dias em Lyon nos mostrou uma bela e amável cidade, cheia de vida que, sem os altos custos e agitação de Paris, e sem o excesso de paz de Grenoble, encaixava-se perfeitamente bem ao nosso objetivo. Como se não bastasse oferecer uma Alliance Française que era superior as outras 2 em localização, prédio e atendimento, Lyon tem o mais eficiente sistema de transporte público que já usei na vida. Ganhou por unanimidade: 2 votos a zero. A pré-viajem mostrou-se uma sábia decisão. - Passaremos 3 meses em Lyon! Foi a decisão.


Os próximos passos foram dados todos em frente ao computador: matricular-se na Alliance Française de Lyon, comprar as passagens e alugar um local para ficar. Os dois primeiros não incluíam muita seleção, era fundamentalmente cumprir os passos necessários de uma reserva, já o terceiro teria de ser dado com muito, muito cuidado.


Escolher um local para passar 5 dias é uma coisa, chegando lá e não gostando simplesmente pensamos: – Putz, aqui nunca mais, como aconteceu em Paris, por exemplo. 3 meses é um outro processo, bem mais cauteloso e arrependimentos serão longos. Terminou ficando comigo esta tarefa.


Optamos por utilizar o airbnb, serviço que já tínhamos utilizado na pré-viagem. Tivemos uma experiência ruim em Paris, a segunda maravilhosa em Grenoble, e finalmente em Lyon, podemos dizer, dentro das expectativas.


Vasculhei o airbnb, por vários dias, enviei mensagens para vários proprietários, até chegar ao anúncio: Bright Appartment facing Fourvière.


O airbnb não mostra o endereço exato, nem contato direto com os proprietários, até que a locação esteja confirmada. As informações que dispúnhamos eram: uma posição aproximada, as fotos e a descrição de um apartamento no terceiro andar com vista para Fourvière. A Fourviére já tínhamos visitado, então esta informação acrescentava para mim que o apartamento ficava em frente ao rio la Saône. Com ajuda do google maps e das fotos, terminei identificando a posição exata do prédio, tratava-se do número 20 do Quai Saint-Vincent. Localização perfeita.


Daí seguiram-se dezenas de mensagens trocadas com os proprietários, pedindo todas as informações que me vinham a cabeça, até uma planta eu consegui, sempre argumentando tratar-se de uma longa permanência sem margens para surpresas. Os proprietários foram extremamente pacientes e atenciosos, quando os conheci, tempo depois, descobri que a gentileza e atenção são partes da personalidade de ambos. Apresentei a seleção para Ailton e obtive aprovação sem emendas nem restrições. 


Uma vez instalados descobrimos um apartamento muito bem iluminado por luz natural, recentemente reformado e pintado, 2 quartos, cada um com um mezanino onde guardávamos nossas coisas, e ainda um terceiro mezanino maior sobre a sala grande, uma cozinha bem equipada e um banheiro completo que fugia aos padrões minúsculos da maioria das casa européias, com uma banheira onde ficava a ducha. As cadeiras, sofás e poltronas muito confortáveis, armários na sala, bom sistema de aquecimento e uma excelente conexão wi-fi. – Ufa, Graças a Deus acertamos em cheio!


Deixo aqui uma sugestão de viagem: este tipo de cuidado é muito importante no uso do airbnb, as informações do anúncio não traduzem tudo, por mais que os administradores do serviço digam que verificam todas as fotos. Sempre perguntem, perguntem tudo!


– Thomas! Era a voz do Ailton de pé em frente à figura da Madona que decorava a pesada e descascada porta cinza da entrada do edifício. Apesar da porta poder ser aberta desde o apartamento desci as escadas para recebe-lo e ajudar com as bagagens, já bastava eu ter subido 3 (=6) andares carregando 2 malas cheias de roupas das quais usei menos da metade. Ailton tinha 3 malas. Meu Deus, lição aprendida a duras penas – viajar sempre com o mínimo de coisas, não importa quão longa seja a viajem. Quando lembro que o imaginário de uma França repleta de lugares cheios de restrições me fez levar até paletó, e ainda fiz o Ailton levar também; ai, melhor nem pensar.


Terminadas as instalações e conversas tipo: – como foi a viajem? – escolhi este quarto mas se você quiser trocamos, – não, está tudo bem, – o banheiro é ali, – as luzes são aqui (aliás 3 meses não foram suficientes para memorizar o painel de interruptores), etc fomos dar uma volta pela “nossa” cidade, 2 dias depois deveríamos nos apresentar na Alliance Frainçaise.




O edifício era uma "tira" entre dois prédios maiores! Depois de um tempo descobrimos que o edifício moderno na extremidade esquerda da foto 1 (de quem olha a foto) teve vários apartamentos adquiridos pelo Olympique Lyonnais para abrigar seus jogadores. Em alguma data no passado o Juninho Pernambucano morou alí. Que chic!!!


Foto 1 Vista do outro lado de la Saône!


Foto 2 Vista a partir da calçada inferior de la Saône.
Pista onde corríamos

Foto 3 Ailton na varanda

Foto 4
Close do edifício
Foto 5 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Ça va, Lyon!

Resolvi aproveitar este espaço, que criei há muito tempo e está muito mal utilizado, para aceitar a sugestão de uma amigo e registrar as impressões pessoais que tive do período de 3 meses que passamos, eu e um amigo-irmão, em Lyon.

Pensei muito em como seriam estes relatos, não poderiam ser textos longos, e sendo uma longa história teria que ser dividida em partes pequenas. Também não poderia ser um relatório, quem quer ler relatório? Mesmo profissionalmente, onde relatórios são mandatórios, os gerentes que nos cobram para escreve-los não querem ler tudo, daí a importância que dão ao “resumo gerencial” que obrigatoriamente deve vir antes do texto completo – é o que leem.

Estas duas características mandatórias (o que as fazem restrições e não problemas) me levaram a decidir por uma espécie de “conto em capítulos”. 

Periodicamente, imagino semanalmente, vou largar um por aqui, não me preocuparei muito com a ordem cronológica dos relatos, daí a menção a datas se restringirá ao estritamente necessário. Afinal, o compromisso do texto é com as impressões, e elas não se amarram muito com o tempo. Vamos ver em que dá.

Como o blog permite comentários, estamos abertos aos que chegarem.

Chega de papo, mãos a obra!



–Isso nunca acontece aqui, esse engarrafamento. Deve ter havido algum acidente aí na frente. Reclamava o motorista do taxi sob o túnel de la Croix Rousse! – Não se preocupe, não tenho pressa, estou indo para casa! Respondi.

Creio que ele estava falando a verdade, pois esta foi a única vez em que fiquei preso no tráfego na cidade de Lyon. Naquele ensolarado e frio fim de tarde do dia 30 de março de 2015 me dirigia do aeroporto para o apartamento que abrigaria a mim e meu amigo de viagem, que chegaria apenas no dia seguinte, pelos próximos 3 meses de nossas vidas; tempo esse, durante o qual, tínhamos como objetivo principal estudar francês e também conhecer um pouco da cultura e do território da França. Depois de algum tempo aprendemos que não existe uma “cultura da França” por um simples motivo não existe “uma” França! Este incrível pedaço de terra em forma de hexágono politicamente constituindo um estado chamado França, e unido por uma língua comum, guarda em si várias nações com suas culturas, pensamentos, histórias e valores.

A primeira impressão da minha nova morada teve um sabor inicial de estranhamento, ao subir até o terceiro andar do velho edifício, onde ficava o apartamento, descobri que minha dose diária de exercícios estaria parcialmente garantida, cada andar equivale a 2 de um prédio moderno, nada de elevador, a desagradável aparência das áreas comuns do prédio davam a nítida sensação de falta de cuidado: – Quem será o síndico disso aqui? Me perguntei.

Ao entrar no apartamento me deparei com uma casa limpa, bem pintada e equipada. Dois quartos pequenos e com camas confortáveis, forradas com lençóis limpos, uma sala grande dotada de uma excelente mesa de 8 lugares, um sofá, duas poltronas, televisão, equipamento de som. Uma lareira decorativa, que em algum tempo no passado fora, sem dúvida, a fonte de aquecimento do local, dava um toque europeu ao ambiente. A cozinha estava equipada com equipamentos bem modernos: fogão elétrico, máquina de lavar, máquina de pratos, cafeteira, geladeira e todos os utensílios guardados e arrumados nos armários sob o balcão e também superiores, enfim todo o necessário para uma estada quão longa fosse.

O dono do apartamento me recebeu muito cordialmente e sem frescuras. Começou me perguntando: – “on peut se tutoyer”? Ao que respondi – “Bien sûr”! Não conheço uma tradução para o verbo “tutoyer”, significa tratar alguém na segunda pessoa do singular, na prática abandonar a formalidade, isto na França só pode ser feto sob autorização, o francês sempre trata e espera ser tratado na segunda pessoa do plural, é tão importante que chega a ter 2 verbos para referência: tutoyer e vouvoyer! Me mostrou as instalações, funcionamento dos equipamentos de cozinha, do sistema de aquecimento dos ambientes e do banho quente. Deu forte destaque ao sistema de coleta de lixo: no térreo havia dois latões de lixo um para lixo comum e outro para o lixo reciclável (basicamente plásticos e papéis), quanto aos vidros deveríamos juntar e depositar em uma caixa pública que ficava a uns 200 m do edifício. Esqueça um empregado fardadinho, tocando sua campainha: – Tem lixo?

Quando elogiei o sistema de coleta seletiva ele replicou: – Nosso sistema não é muito bom, não. Conseguimos reciclar em torno de 30%, é muito baixo comparado a cidade de reciclagem mais eficiente do mundo. – Tóquio? Perguntei, – Não, São Francisco da Califórnia, eles são os campeões, reciclam mais de 90% do lixo! Foi a informação que ele me deu, desconhecia este número incrível.
Me indicou ainda o ponto de ônibus que ficava bem em frente ao prédio para a direção centro e do outro lado do rio para a direção oposta – É nesse ponto que vocês pegarão o ônibus para a Alliance Française, o C14 deixa vocês bem pertinho. Me indicou os principais pontos de compras, como padarias, mercados, farmácias, estas coisas, me deixou o telefone dizendo que ligasse quando quisesse, ele ou a esposa teriam prazer em ajudar no que pudessem.

Após sua partida, fiquei sozinho no apartamento, escolhi um dos quartos, coloquei minhas malas no mezanino, os quartos eram muito pequenos, não tinham armários, os disponíveis estavam na sala. Depois fui até a varanda, não sem antes abrir uma das cervejas que ele gentilmente deixou na geladeira.

A varanda foi o coroamento da minha impressão positiva sobre o apartamento: a vista de la Saône, um dos rios formadores da península que abriga o centro da cidade de Lyon. O rio, suas pontes, passarelas (estas apenas para pedestres), as árvores da rua – só garranchos, o casario do outro lado, a calçada que fica em um nível mais baixo que a rua e bem próxima a lâmina d’água. Como já começava a escurecer a torre de transmissão de rádio vizinha a “La Basilique Notre Dame de Fourvière” estava acesa – La petite Tour Eiffel de Lyon, linda, principal referência de localização da cidade depois dos rios que a formam. Um visual extremamente agradável e privilegiado, junto veio uma primeira pontada de (Inveja? Não, hoje sei que não, admiração mesmo) em meu coração: nem um odor! Tempo depois, quando a temperatura subiu vi pessoas pularem neste rio.

– Que cidade belíssima, que local maravilhoso escolhi para passar esses meses.

Dormi maravilhosamente bem, embalado pelos pensamentos de explorar a cidade a partir do dia seguinte e pelo agradecimento: obrigado Jesus, por ter me inspirado tão bem nessa escolha.