quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Johannesburg 27 e 29 -09


Depois de 25 dias admirando as belezas da natureza africana, nossa viagem estava chegando ao fim. No dia 27, saímos de Victoria Falls em um voo para o maior aeroporto da África O.R. Tambo em Johannesburg, onde passaríamos dois dias na grande metrópole e no dia 29 tomaríamos o voo para São Paulo. Aliás, é essa a comparação que podemos fazer a Johannesburg, uma São Paulo na África, dois dias são absolutamente insuficientes para descobri-la. 

Ficamos hospedados no excelente hotel Garden Court em Sandton City, convenientemente próximo à praça Nelson Mandela, onde se encontram vários restaurantes com muito boa comida e por um preço excelente, quando comparado ao Brasil; além de como sempre um requintado shopping center.

Chegamos no hotel por volta das 17:00, após nos instalarmos saímos para a praça Nelson Mandela, bem em frente ao hotel, passeamos um pouco por lá e jantamos em um excelente restaurante grego.

Noite na praça Nelson Mandela
No dia seguinte nosso guia TK, da empresa African Eagle nos apanhou no hotel para o  nosso city tour. Ficamos gratamente surpresos, diferente dos demais, em ônibus, este tour era em um carro pequeno, apenas nós e o motorista guia. O TK é um grande conhecedor da vida e da história da Africa do Sul, especialmente Joburg (assim que eles chamam Johannesburg lá, nem eles aguentam tamanho nome), nos levou a passear pela cidade e a dois museus, ambos sobre o Apartheid.


Estádio construído para a Copa do Mundo de 2010.
Inspirado em um típico recipiente nativo para tomar água
Primeiramente o  Apartheid Museum, além de ser grande é um museu voltado para uma história recente, não tanto para obras de arte, assim é composto por muitos textos e vídeos, desta forma as 2 horas que passamos lá foi pouco tempo.

O outro foi o Hector Pieterson Memorial and Museum, em Soweto. Hector Pieterson foi um garoto de 12 anos assasinado durante protestos de estudantes secundaristas contra a imposição do idioma Afrikans, nas escolas. Embora o movimento fosse de secundarias as forças de ocupação não hesitaram em atirar. Em homenagem a sua memória foi construído este museu próximo ao local do crime.


Uma pena que não se possa fotografar, existem textos  e frases maravilhosas lá. Uma delas eu copiei. Para mim representou um resumo de toda o plano nefasto de escravização que germinava nas cabeças doentes dos assaltantes das terras alheias:

When I have control over native education, I will reform it so that natives will be taught from childhood that equality with Europeans is not for them!
Prime Minister HF Verwoerd, architect of apartheid, 1963

(Quando eu tiver controle da educação nativa, eu vou reforma-la de tal forma que os nativos serão ensinados desde a infância que igualdade com os europeus não é para eles
Primeiro Ministro HF Verwoerd, arquiteto do apartheid, 1963) 

Ninguém sabe o que foi o Apartheid até visitar estes museus. Lá se descobre que a luta pela liberdade foi bem mais que Nelson Mandela, foi Oliver Reginald Tambo, que dá nome ao aeroporto, foi Chris Hani e muitos outros. Foi  Hector Pieterson, que sendo assassinado sem nenhum crime ou agressão ter cometido, mostra, até hoje, ao mundo que para invasores e usurpadores o inimigo é qualquer um que não se curve.

Após os museus fomos almoçar em um restaurante bem popular do local, comemos, entre outras coisas - buchada de carneiro.


Restaurante em Soweto
Idem
Em companhia do nosso guia TK
Após o almoço o tour estava teoricamente concluído, no entanto, o TK, gentilmente nos levou até Midrand, nos arredores de Joburg, onde se encontra uma excelente loja de artesanatos: Cambanos and Sons! Maravilha, excelentes preços e não há necessidade de pechinchar. Vendem desde chaveiros e souvenires (não só da África do Sul, de toda a  parte sul África) até joias de diamantes. Lugar mandatório para quem quiser fazer compras.

Após voltarmos para Johannesburg caminhamos um pouco e nesta noite jantamos mais uma vez na praça Nelson Mandela, um restaurante italiano.


Praça Nelson Mandela
Idem


Idem
Jantar em restaurante italiano.
Descobrimos excelentes vinhos na África do Sul
No dia 29, nosso voo seria a noite, e o transporte para o aeroporto apenas as 16:00, então aproveitamos o dia para circular um pouco, apanhamos o Gautrain, uma espécie de trem que circula pelos principais bairros de Johannesburg e vai até Pretória, e fomos a dois bairros, o centro e Joburg e ainda ao Rosebank, depois voltamos, almoçamos no hotel e aguardamos o transfer.


Estação do Gautrain em Rosebank
Bar do Garden Court
A África tem muito mais que suas maravilhas naturais para nos mostrar, são um povo orgulhoso de sua terra, de sua história, de suas lutas. Não se sentem menores que outros povos só porque aqueles tem mais dinheiro, não se sentem miseráveis por não terem dinheiro, compreendem que há outras riquesas. Não são obrigados a valorizar a língua que seus invasores impõem, nem as regras de domínio disfarçadas em leis indignas.

Parabéns aos nativos da África, que sirvam sempre de exemplo para o mundo. Leis de usurpação e exploração devem ser desobedecidas e os ilegítimos governantes  que as promulgam, enfrentados.

A África é uma aula. Muitos deveriam assisti-la

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Botswana 25/09/2016.



Bem, voltando um dia atrás, 25/09, dia de acordar cedo. As 7:10 deveríamos estar no saguão para apanhar o transfer que nos conduziria a Botswana. Na realidade eu nem sabia que iria a Botswana, o roteiro se refere a visita ao Rio Chobe, na minha ignorância sobre geografia africana, não sabia que o referido rio era em outro país.

A cidade de Victoria Falls localiza-se próxima a um ponto do rio Zambezi onde coincidem 4 países: Zimbabwe, Zâmbia, Botswana e Namíbia. Por exemplo, a margem oposta à qual fica o A'Zambezi Lodge, onde estávamos hospedados, é a Zâmbia, que também divide as cataratas com o Zimbabwe. Algumas ilhas no meio do rio já foram alvo de disputas, mas pelo que entendi hoje já está tudo acertado. Após um percurso de aproximadamente 70km e atravessar a fronteira, saindo do Zimbábue, entramos em Botswana.

DICA: Indo a qualquer um destes países, nesta região fronteiriça, fique atento ao tipo de visto. Informe-se direito sobre o assunto. A imigração perguntará se você quer um visto para entrada simples ou dupla. Se existe possibilidade de passar para um dos outros 3 países vizinhos (o que normalmente acontece), ainda que seja por poucas horas, solicite entrada dupla, é mais cara que uma entrada simples porém bem menos que o dobro. 
Nosso exemplo:  Quando chegamos no Zimbabwe, vindo da África do Sul, pedimos entrada dupla (Pagamos US$90,00 por duas entradas duplas, Lula e eu. A simples não é menos que US$75,00). Quando passamos do Zimbabwe para Botswana o oficial de imigração do Zimbabwe carimbou uma saída, o de Botswana nos perguntou se regressaríamos no mesmo dia, dissemos que sim e não precisamos pagar visto. No retorno, o visto para re-entrar no Zimbabwe é exigido e aí se você não tiver duplo (lembre que ele carimbou uma saída) terá que pagar novamente. O visto por aqueles países está mais para um ingresso do que qualquer outra coisa. ATENÇÃO - pode sair caro (um casal canadense que conhecemos nos disse ter gasto US$300,00 em vistos)!! LEVE DINHEIRO TROCADO EM DÓLARES.

Findas as formalidades de fronteira, iniciamos nossa viagem de barco pelo rio Chobe. No, então presente, período do ano, de poucas chuvas, este importante afluente do Zambezi está baixo e uma grande ilha se forma. Como resultado, tem-se um imenso campo verde cercado de água em meio a secura que se encontra afastando-se das margens do Chobe. Por conta deste presente da natureza muitos animais vão para lá, onde podem  comer e beber à vontade.
Assim pudemos ver elefantes cruzando o rio, muitos hipopótamos, crocodilos aqui e acolá, uma maravilha. Um safári absolutamente confortável, sem poeira e sem solavancos de estradas esburacadas.



Elefantes cruzando o rio em busca de pastagem


Hipopótamos tomando banho 
Búfalo

Os crocodilos são imensos.
Aprendi aqui que eles não tem língua
 .

Após o almoço em um belo hotel a beira do Chobe (querendo se hospedar em Botswana há muitas opções na beira do rio), mais um safári, desta vez pelo parque Chobe, uma estrada ao longo do rio onde se encontram muitos animais, a variedade não é tanta como na Tanzânia - não vimos felinos, mas dá para vê-los com facilidade, bem de perto.

O carro utilizado no safari - diferente da Tanzania.
Na minha opinião, menos seguro.
Gostei que nenhum leão tivesse aparecido

Ginástica

Elegância



Recomendamos o safari de Botswana àqueles que não estejam muito dispostos a uma aventura mais selvagem. Dá para ver muitos animais com tempo e deslocamento menores e de uma forma mais confortável. Como disse a variedade não é tanta, mas para quem não está muito afim de abrir mão do conforto um pouco mais próximo da comodidade urbana, vale a pena.

Depois voltamos ao Zimbabwe, mais formalidades de fronteiras, e chegamos no hotel ao final do maravilhoso dia.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Victoria Falls 24 e 26/09/2016


Após a temporada urbana na bela e movimentada Cape Town, partimos em direção a Victoria Falls, no Zimbabwe. 

Como, sempre para sair da África do Sul, uma conexão obrigatória em Johnnesburg - 1 hora e 10 minutos na fila para atravessar o controle de passaporte, ufa!

Chegamos em Victoria Falls, por volta do meio dia, encontramos nosso guia (da bem organizada e confiável Wild Horizons, responsável por nossa temporada no Zimbabwe) com a tradicional plaquinha LIMA & HUTCHINSON e fomos para o A'Zambezi Lodge, excelente hotel na beira do rio Zambezi. Depois descobri que o "A" significa " às margens de".


A'Zambezi Lodge 
Cerveja Zambezi no jardim do A'Zambezi, as margens do Rio Zambezi
Ancoradouro do hotel ao amanhecer 
Jardim do hotel - Sol nascendo por entre as árvores
Nossa programação iniciaria apenas no dia seguinte, assim aproveitamos para fazer o tradicional sobre-voo de helicóptero, não vou mentir, é caro - mas vale a pena!

Victoria Falls - Gigantesca fenda engolindo o rio Zambezi
Bruma da cachoeira ao longe
Rio Zambezi
Espalhando-se para cair na cachoeira 
Em períodos de grande volume d'água, todo o paredão fica coberto

Canyon e Ponte para o Bump-Jumping


No dia seguinte, 25/09, nossa tivemos um passeio pelo  rio Chobe na Botswana, deixarei este dia para a próxima publicação, por se tratar de outro país e uma aventura bem diferente.

No dia 26 nosso passeio se iniciaria as 16:30, o que significava praticamente um dia inteiro livre, daí decidimos apanhar o shuttle que o hotel oferece e fomos passear na floresta às margens da maravilhosa cachoeira que dá nome ao local: Victoria Falls.







Ponte para Bump-Jumping
A bruma da cachoeira proporciona uma chuva constante, que garante o verde dando o tom de toda a área ao seu redor, esta "chuva" também oferece um refresco para quem anda pela região. Fomos orientados a levar ponchos para nos proteger desta chuva, mas não foi necessário, creio que em situações de vazão plena do rio, seja indispensável, durante a nossa visita não havia tanta água assim, o que não diminuiu a nossa admiração pelo espetáculo da natureza.


Chuva eterna - verde eterno
Idem

Victoria Falls é diferente as cachoeiras que estamos acostumados, o rio despenca em um cânion que mais se parece uma fenda na terra e as águas se espalham por um imenso paredão, o rio parece desaparecer.


Retornamos ao hotel pouco antes das 15:00, aproveitamos um mergulho na piscina e tomamos a deliciosa cerveja Zambezi, depois fomos tirar uma soneca de 30 min aguardando o Sunset Cruise para o qual deveríamos estar no saguão do hotel as 16:25.

O passeio pelo rio, é simplesmente belíssimo, além da vegetação pudemos ver vários hipopótamos nadando, mergulhando, retornando à superfície e bocejando com seu enorme bocão, também alguns crocodilos, belas aves, tudo isso saboreando drinques e canapés incluídos no passeio, aguardando o ponto alto da expedição - o por do sol; nada direi sobre ele, tentarei um comunicação por imagem que por mais esforçadas que sejam jamais mostrarão a real beleza.







Com este visual nos despedimos de Victoria Falls e também de toda aventura pela natureza africana. Muito obrigado, Propósito do Universo, pela existência de tanta beleza e mais ainda pelos olhos de vê-la. Nosso muito obrigado ainda a todos aqueles que trabalharam para que a beleza e os nossos olhos pudessem se encontrar!