domingo, 2 de outubro de 2016

PELA LONGA ESTRADA NÓS VAMOS 05 e 06/09/2016


Como dissemos, o dia 05 foi passado no carro viajando de volta para Antsirabe.

No dia 06, saímos de Antsirabe com destino à Ranomafana, província de Fiananratsoa.

As estradas principais de Madagascar se parecem com muitas de nossas estradas ruins, projeto(?) com exagerada quantidade de curvas acentuadas, asfalto sem a devida manutenção, muitos trechos sem acostamento, sinalização deficiente, muitas pontes passam apenas um carro por vez. São estradas que requerem muita atenção e habilidade do condutor, quanto a isto estamos em ótimas mãos, o Rivo mostrou-se um excelente motorista durante todo o tempo, também um grande conhecedor dos percursos, o que é fundamental para a segurança da viagem. 



Nas pequenas vilas e aldeias que se encontram no meio do caminho, a comunicação não  é nada fácil, as pessoas, sem comprometer a simpatia e o sorriso, são extremamente tímidas e praticamente só falam a língua local; fora dos hotéis apenas aqui e ali encontramos alguém que fala francês. Estas pequenas cidades também não oferecem apoio de emergência (oficinas, hotéis, telefones públicos e coisas do gênero - a maioria não tem ao menos água encanada nem eletricidade) para o caso de algum problema inesperado, como uma pane no carro, por exemplo.


DICA: Por conta destas características não recomendamos que se planeje vir a Madagascar com a ideia de alugar um carro - Contrate um bom motorista/guia, será o dinheiro mais bem gasto da viagem.

Além do mais, ter um motorista/guia dirigindo e programando as paradas de almoço nos deu a oportunidade de olhar, olhar e ver, ver e fotografar, as paisagens e curiosidades dos percursos.

Madagascar oferece paisagens muito belas e variadas, os percursos Antsirabe/Morondava e Antsirabe/Ranomafana foram feitos sob um céu quase sem nuvens, tivemos a oportunidade de assistir por-de-sois maravilhosos.








Andamos em feiras livres, compramos frutas locais, compramos banana, goiaba, doces, chapéu, etc., extremamente divertido. Em algumas situações nos sentimos em uma feira de uma cidade pequena do nosso interior.



O trânsito nas estradas pode ser bem exótico. Por aqui não vimos ônibus como os que temos, o transporte da população é feito principalmente em vans, aqui chamadas "taxi-bus", andam lotados e as malas vão todas amarradas em cima do teto. Concorrem ainda com o espaço da pista, pois todos andam no meio dela: bicicletas, carros de boi, manadas de bois, bando de patos cruzando a pista e também grupos de pessoas caminhando. As estradas são repletas de pessoas, elas andam de uma cidade para outra ou da cidade que moram até a fazenda ou plantação onde trabalham, cruzam 15 ou 20 km, a pé.




Alguns itens transportados podem ser bem exóticos para  a nossa cultura. A lei em Madagascar permite enterros em cemitérios particulares, desta forma se uma pessoa morre longe do deu local de nascimento, normalmente o corpo é transportado para a sua região natal, onde fica o cemitério dos ancestrais. Como transportar o corpo? Nos mesmos taxi-bus. Se olharmos para a foto abaixo veremos que a van porta a bandeira de Madagascar, esta bandeira vai fincada no caixão, com o corpo, sendo transportado no teto, juntamente com as outras bagagens. A bandeira é um sinal de respeito, para que todos saibam que ali segue alguém, um ente querido de outros "alguéns", que já não mais se encontra entre os seus; e não simplesmente uma mala! 


No trajeto do dia 06, como as cidades são mais próximas, visitamos várias lojas de artesanatos. O trabalho artesanal aqui nos impressionou muito, são bem diferentes do que temos visto na maioria das viagens, autênticos e muito bem trabalhados.

Visitamos uma oficina que trabalha com chifres de bois, fazem toda espécie de peças e adornos. Visitamos ainda uma oficina de miniaturas e bordados, uma outra de pedras e ainda uma mais que faz um trabalho de incrustação de madeira, os desenhos nos quadros não são pintados, são esculpidos separadamente e incrustado em uma outra peça também de madeira onde se faz um buraco com o mesmo formato! A ideia que a princípio pode ser simples desaparece quando vemos um painel de flores com suas pétalas e folhas em minúsculos detalhes.




No fim da tarde da terça-feira, 06/09, chegamos ao hotel, para jantar e dormir. É onde me encontro escrevendo este texto, deitado na mutíssimo confortável cama do Setan Lodge.


No dia seguinte visita ao parque Ranomafana.

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