quarta-feira, 5 de outubro de 2016

VELOMA MADAGASCAR - 11-09-2016.


As 18 horas do dia 10/09, chegamos a Antananarivo, para encontramos o novo guia condutor ao nosso último destino em Madagascar - Parque Perinet e reserva Vakona, próximos à cidade de Andasibe.

À distância de 150 km, entre o aeroporto e o hotel em que ficamos hospedados foi feito em 5 horas, não, não é erro de digitação - 5 horas mesmo. A estarada, além de muito ruim é terrivelmente congestionada e perigosa, neste dia nos deparamos com a presença agravante de uma densa neblina.

Dormimos no Grace Lodge. Um bom hotel, com bons bangalôs em uma área muito bonita, infelizmente fomos recebidos por uma funcionária sem preparo nem simpatia. Depois de alguns discussões, desgastes e de uma tal viagem fomos dormir. No dia seguinte teríamos a visita dos parques.

Grace Lodge
Idem
Os parques simplesmente nos fizeram esquecer a noite anterior. Perinet é muito belo, diferente da paisagem seca de grande parte de Madagascar, aqui encontramos uma floresta tropical, muitas árvores, e humidade; uma chuva leve nos acompanhou durante boa parte da visita.


É neste parque que se encontra o lêmure Indri-Indri, o maior dos lêmures. Preto e branco vive no topo das árvores. Não tem a cauda comprida comum aos outros lêmures, se parece mais com um pequeno coala. Além disso, o som emitido por ele lembra um grito de alerta ou chamado que pode ser escutado até a de 2 km de distância, enquanto as demais espécies emitem um pequeno ronco. 

Indri-Indri
Indri-Indri
Uma lenda antiga do povo Bara (habitantes primitivos da região que vivem até hoje por lá, sendo uma das 18 etnias que compõe o povo da ilha) que diz que um grupo destes lêmures criou um garoto humano que se perdera na floresta por algum motivo, o garoto chamava-se Koto, como na língua nativa pai significa "baba", o Indri é conhecido como Babakoto (pai de Koto). Criança criada por um primata não humano e um grito de comunicação e alerta que ecoa pela floresta. Fiquei pensando: será que um tal de Edgar Rice Burroughs leu sobre esta lenda antes de escrever um romance criando um dos mais famosos personagens da literatura ocidental?

Vimos ainda outros lêmures e mais algumas espécies de amimais endêmicos de Madagascar como o casal de pássaros na foto abaixo.

Deu trabalho identificar estes dois pássaros.
chegamos bem perto, estavam dormindo.
Não anotei o nome e agora não lembro mais
Após o almoço em um muito bom restaurante, fomos para a reserva Vakona, parque florestal particular, muito bem cuidado e conservado, que inclui entre as suas atrações o hotel onde fica o restaurante no qual almoçamos.

Vista da janela do restaurante
Delicioso Peixe
Magret de Cannard - Madagascar tem forte influencia francesa
A atração mais gostosa e distraída do parque são seus lêmures mansos que além de comer em nossas mãos nos fazem de árvores. Há muito tempo não me divertia tanto como naquele momento com lêmures passeando pela minha cabeça e corpo, lambendo a banana das minas mãos. Engraçado que os lêmures tão parecidos com macacos não tenham o odor característico dos seus primos.







O parque ainda tem uma espécie jardim zoo-botânico muito interessante. Tem muitas plantas, uma criação de crocodilos, trazidos do Nilo, e um pequeno museu de objetos nativos, cujo prédio imita as antigas residências locais.






Depois da visita, pegamos a estrada de volta às 15:00 para finalmente as 19:00 chegarmos ao aeroporto e iniciarmos nossa longa espera (considerando a distância entre Tana e o aeroporto, o trânsito e as características da cidade, a melhor opção era passar as 7 horas no aeroporto mesmo) para o voo de 2:40, que nos levaria a Nairóbi, escala para o nosso próximo destino, Kilimanjaro, na Tanzânia.

VELOMA na língua local significa, "até logo", "até breve", "au revoir". Em oposição a SALAMA que se diz quando se chega, é o que se diz quando se sai.

Veloma, Madagascar! Muito obrigado por me haver mostrado e ensinado tantas coisas, agora que já conheço os percalços dos seus caminhos, me sinto ainda mais atraído para um dia colocar meus pés novamente em suas areias e pedras, rever e descobrir novas belezas que a sua natureza tem para oferecer aos olhos de quem quer vê-las. 

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