terça-feira, 11 de julho de 2017

BRAÇOS ABERTOS NO HORIZONTE QUE É BELO

Depois de tanto visitar o interior de Minas Gerais, partimos para sua capital, cidade onde eu já havia estado algumas vezes, mas apenas a trabalho e pouco tive a oportunidade de conhecer.

Chegamos a Belo Horizonte, na tarde da terça feira, 06/06, após a tranquila viagem desde Inhotim. Fomos direto para o hotel, fazer check-in, deixar as malas e lavar o carro, após, rumamos em direção ao aeroporto para fazermos sua devolução na Localiza.

Depois da viagem de retorno desde o aeroporto chegamos no hotel finalmente por vota das 19:00, fomos jantar no Restaurante do Porto, nada especial, bacalhau muito salgado para o nosso paladar.

No dia seguinte fomos passear um pouco pela cidade, um amigo nosso de Salvador, Diniz, nos deu boas dicas e fomos fazer um circuito a pé: Praça da Liberdade, Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, Palácio das Artes, Igreja de São José e finalmente o Mercado. Parece longe, mas passeando, parando, admirando as belezas não dá nem para perceber.

Praça da Liberdade
Idem
Idem
BH é uma bela cidade, as praças são bonitas, os prédios são imponentes, as igrejas são maravilhosas - a que me chamou particular atenção foi a Igreja de São José. Por se tratar de uma igreja relativamente nova, de certa forma tudo é novo em BH, a igreja não é barroca, também não é gótica (aliás nenhuma igreja que visitei lá era barroca, as outras duas me pareceram góticas), esta não sei o que é (talvez alguém que conheça ou veja as fotos possa enriquecer aqui), mas isso é o que menos importa, e sim que é linda.

Igreja de São José
A visita ao Mercado Central, foi inesquecível, começamos por um passeio pelos boxes, depois fomos comer o tradicionalíssimo “fígado com jiló” e tomar cerveja - fizemos isso no bar Fortaleza, recomendamos - depois andar mais um pouco, comprar algumas coisas e almoçar no Restaurante Casa Cheia, tudo a ver com o nome - tivemos que esperar mesa. Mais compras, mais cerveja e voltamos para o hotel, impregnados da beleza e alegria da cidade, mas acima de tudo da gentileza das pessoas.

Delicioso fígado com jiló.

Restaurante Casa Cheia - Comi Costelinha com Canjiquinha
e Luiz escolheu um filé com Feijão Tropeiro.
Nesta noite ligamos para dois amigos que conhecemos aqui em Salvador em um breve e agradável encontro, eles me perdoem mas tenho que citar os seus nome: Léliston e Léo, são legais de mais para ficarem sem identificação.

Na quita feira ele nos apanharam no hotel e fomos passear pela cidade, fomos a lagoa da Pampulha onde, passeamos ao redor do lago, fomos ao Museu de Arte, um ótimo espaço com um prédio grande muito bonito (capaz de abrigar muitas coleções), cercado de um belo jardim e infelizmente sem uso, uma pena.

Lagoa da Pampulha
Idem
Idem
Fomos visitar Igreja de São Francisco, projetada por Niemeyer e ilustrada por polêmicos painéis de Portinari, o que lhe custou 14 anos até ser consagrada e cultos poderem ser  lá realizados.


Visitamos ainda a Casa de Baile antes de nos dirigimos para a Praça do Papa, abrigando belas mansões à sombra da Cerra do Curral. Tentamos ainda visitar o Mirante das Magabeiras, porém todo o parque estava fechado devido a uma morte de macaco suspeita de ser por febre amarela.

Na sexta ferira nossos adoráveis amigos nos levaram para uma pequena cidade próxima à Belo Horizonte - Sabará.

Como quase tudo em Minas, Sabará é uma cidade que prosperou e enriqueceu pela influência do ouro, ostenta uma boa coleção de casarões e igrejas do século XVIII, dentre as quais a Igreja de Nossa Senhora do Ó foi a que mais nos impressionou. Pelo exterior não se dá nada pela sua aparência de uma igrejinha de madeira, a beleza e riqueza estão todas no interior, belas obras de arte  com detalhes em ouro cobrem cada centímetro de suas paredes, com exceção de um quadrado que foi aberto, por algum iluminado, para fazer uma janela bem em cima de uma pintura, isso teve como efeito colateral quase derrubar a igreja; a janela foi fechada mas a obra perdida para sempre, nem ao menos guardaram o painel que foi retirado, algo simplesmente impensável. Também construíram um púlpito lateral cobrindo parte de um quadro, cada idéia. Graças a Deus o deslumbre da Igreja é forte suficiente para suportar estes ataques.
Visitamos ainda a ruína da Igreja de N.S. do Rosário dos Pretos, na realidade uma obra inacabada que abriga entre suas paredes sem teto uma capela com um pequeno museu. Não pudemos visitá-la por que estava fechada. Dica: querendo conhecer igrejas em Minas verifique sempre seus horários de abertura.

Monumento Barroco - Igreja de N. S. do Ó.
Vista a partir do adro da Igreja N.S. do Ó. 
Balaustrada do Adrio da Igreja N.S. do Rosário dos Pretos
Da esquerda para direita: Léliston, Leo e mais afastado Luiz.
Igreja N.S. do rosário dos Pretos
Com a guia local aprendemos, durante a visita da Igreja N.S. do Ó, que ela estampa de forma nítida uma importante característica do Barroco, simplicidade por fora e riqueza por dentro, nos ensinou ainda que Nossa Senhora do Ó é na realidade a Nossa Senhora da Expectação do Parto, protege as mulheres que estão próximas a dar a luz. 

Não é permitido fotografar o seu interior, para não deixar de apresentar um pouco da beleza mostramos abaixo uma foto da internet.

Interior da igreja N.S. do Ó A esquerda ve-se o púlpito,
a direita (no segundo painel superior) a janela fechada.
foto da internet
Depois que nossos amigos nos deixaram no hotel, descansamos e fomos conhecer a noite na região chamada Praça da Savassi, repleta de bares animados, com música e boa frequência.

Música, Cerveja e cachaça
No dia seguinte fomos, pela manhã, conhecer alguns prédios na região da praça da liberdade que eram usados como secretarias estaduais antes da transferência para o novo Centro Administrativo de Minas Gerais, hoje ocupados por fundações culturais patrocinadas por diversas empresas. Excelentes locais para serem visitados. Almoçamos por ali mesmo e fomos descansar, pois nossos amigos nos pegariam a tarde para nos levar a Tiradentes.

Chegamos a Tiradentes já no começo da noite, nos instalamos em uma ótima pousada e fomos andar pela cidade. Como estávamos em um dia de sábado o movimento era intenso, os diversos bares e restaurantes da cidade estavam lotados com muita animação; depois de uma caminhada escolhemos um restaurante especializado em fondue, comemos, tomamos vinho (3 garrafas), rimos e conversamos e fomos dormir plenos de alegria na muitíssimo fria noite da cidade de Tiradentes.

Maravilhosa noite de Fondue e vinho!! 
No dia seguinte, domingo, fomos conhecer a cidade dotada de muitos casarões barrocos, de um estilo mais leve que Ouro Preto, e nem por isso menos bonitos, Tiradentes oferece uma bela coleção, muitas igrejas, lojas de doces (uma especialidade de lá), fomos ainda até São João Del Rey e uma pequena localidade chama Bichinho, repleta de lojas de artesanatos locais, havia tempo não via tantos trabalhos verdadeiramente originais, quem tem loja de decoração ou de presentes, deve fazer uma visita por lá - fantástica. Almoçamos deliciosas comidas típicas - galinha com quiabo, uma folha chama "ora pro nobis", em um restaurante típico, já um pouco avançado na tarde e pegamos a estrada de volta para BH, onde chegamos já ao anoitecer. Muito cedo na manhã da segunda feira (12/06), seria o nosso voo de volta para Salvador.

Tiradentes
Tiradentes
Tiradentes
Tiradentes
Os dias passados em Minas serão inesquecíveis. Suas cidades, seu povo, história relativamente recente se comparada a Salvador, a história de Minas começa para valer no século XVIII, e em nada menos interessante. 

O mineiro é um povo muitíssimo hospitaleiro e gentil, algo que ficou mais que demonstrado no carinho com que fomos recebidos pelos nosso amigos. Como é bom encontrar pessoas boas, com certeza a maior recompensa da viagem foi a aproximação e consolidação da nossa amizade com o Léliston e o Léo. Obrigado, queridos, vocês nos fizeram sentir abraçados por Minas.

Vá a Minas Gerais, você será recebido de BRAÇOS ABERTOS.