sábado, 4 de dezembro de 2010

Corra Homem, corra!

Há algumas postagens atrás falamos sobre a inutilidade de movimentos de recuperação econômica que enfatizem o aumento do consumo. O planeta dá nítidos sinais de escassez e nossas resoluções passam sempre pelo aumento do consumo, evidentemente que elas não são solução, mas aumento do problema, mais ou menos como dar drogas para tirar um viciado da sua crise de abstinência.

Agora vejo esta reportagem no Estadão sobre uma cidade italiana onde parece que as pessoas descobriram que a felicidade não está em correr, mas em olhar a paisagem.

Aliás, creio que é isto que nos falta, passamos pela vida correndo tanto que esquecemos olhar para o lado, como alguém, que na sua ânsia de conhecer vários bosques, vai a todos e não vê nenhum, certa vez andando entre dois prédios onde trabalho, e evidentemente falando sobre trabalho, vi uma borboleta de cores muito bonitas, interrompi o discurso do meu colega e disse: “olha que borboleta linda”; ouvi como resposta: “este assunto é sério”. A admiração do entorno está condenada a tempos marginais, impossíveis de serem aproveitados com algo “útil”.
Sentimos-nos obrigados a ir, se não saímos um fim de semana de casa o consideramos perdido: “nada fiz este fim de semana, foi um saco”; se ainda não fomos ao novo shopping center somos não antenados; olhamos para o nosso carro de 3 anos e achamos um absurdo ainda não termos o novo modelo, temos que fazer dinheiro para trocá-lo.

Temos que parar de correr, pelo menos de correr na direção em que vamos presentemente, pois não parece que o que nos espera no final da corrida seja algo que queremos encontrar.
Corra Homem, corra! Mas que seja para os braços da tranqüilidade, do simples, do bem viver, da felicidade.

Muita paz!
Thomas.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/12/italia-descobre-os-beneficios-de-viver-em-um-ritmo-mais-lento.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário