terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A ALSÁCIA É FRANCESA, ATÉ COMPUSEMOS O HINO!

La Marseillaise foi composta aqui, dizem os cidadãos de Estrasburgo quando se fala no hino nacional francês.

Aprendi isto conversando com um casal no bar do hotel onde estava hospedado na rua de incrível nome: Rue du Jeu des Enfants.

Minha óbvia e imediata pergunta foi: – Então porque La Marseillaise?

– Não sei. Você sabe? Perguntou ele a mulher.

– Também não, foi a resposta.

E acreditem, todos os franceses a quem perguntei não sabiam. Até que um amigo de lá me disse: – Eu também não sei, mas vou procurar e lhe respondo.

A canção foi composta para o exército de Estrasburgo na época da guerra com a Áustria, depois de algum tempo ela foi adotada pelos combatentes de Marselha, mas eles não deram o nome de Marseillaise, durante a revolução Francesa, quando eles se engajaram na luta e invadiram o palácio das Tulherias, entraram cantando a música e o povo começou a gritar: Marseillaise! Marseillaise! Pronto, estava batizado o hino da França.


Certas passagens me levam sempre a pensar na formação do nosso país, até em pequenos detalhes o nosso povo é ausente. Um intelectual compôs um poema, que o povo não conseguia entender desde o primeiro parágrafo, um outro intelectual compôs uma música, juntaram os dois e apresentaram para os brasileiros: – Eis o seu hino!
Bom, vamos em frente.

A Alsácia é uma região com uma história difícil, objeto de disputa entre a Alemanha e a França, trocou de mão diversas vezes. O aspecto das cidades alsacianas, são um tipo germânico, eles também tem uma língua local (pouco utilizada, eles falam francês) que para o ouvido de um estrangeiro, pelo menos brasileiro, soa muito parecido com alemão. Eles no entanto, fazem questão de dizer que são Alsacianos e não gostam de serem pensados como alemães. A Alsácia é parte da França.

Estive em duas cidades da Alsácia, desta vez viajei sozinho, meu amigo e companheiro de viajem foi para Paris encontrar com alguns amigos. Visitei Estrasburgo e Colmar.

As duas cidades são muito bonitas, Estrasburgo é uma cidade grande, sede do parlamento europeu (um prédio moderno, redondo, todo de vidro), sua parte turística é o centro histórico composto basicamente pela área chamada La Petite France e seus arredores. Esta área é de uma beleza especial pois é construída dentro do rio Ill, afluente do Reno. Foi construída uma barragem formando um lago e a cidade é um conjunto de ilhas, que formam vários canais, desta forma tem-se uma composição muito interessante de pontes, ruas, praças, casas e restaurantes a beira dos pequenos canais.

Indo para Estrasburgo é fundamental ficar hospedado próximo a esta área, que além de colecionar o que há de mais interessante a ser visitado fica perto da estação de TGV ligando-a a Paris e outras cidades importantes, inclusive Lyon.

Caminhar pelas ruas observando as construções é um excelente programa, não deixe de fazer isso, se só tiver tempo para uma atividade na cidade, que seja esta. Se gosta de pinturas o Museu de Belas Artes é muito bom, também são bons o Museu Alsaciano e o Museu Histórico de Estrasburgo. Imperdível uma visita a gigantesca Catedral de Notre Dame, se tiver disposição suba as escadarias e desfrute as belas vistas da cidade. Não deixe de conhecer o incrível e enorme relógio em seu interior, totalmente mecânico, que marca todas as festas móveis.

Se tiver tempo faça o passeio de barco, é bem interessante, além de ser uma oportunidade de ouvir sobre a história do local.

A comida típica de Estrasburgo é o seu chucrute, um prato bem servido de carnes de porco, embutidos e repolho. Perguntei que bebida deveria pedir para acompanha-lo. – Aqui comemos com vinho branco ou cerveja, respondeu a garçonete; preferi o vinho branco. Caso ache o chucrute muito pesado eles tem a tarte flambée, uma espécie de pizza bem fininha. Existe a tradicional e um monte de variedades para atender os diversos paladares turísticos, fiquei com a original: queijo branco, bacon e cebola! Mas não se preocupe a cidade oferece vários tipos de restaurantes: Franceses, italianos, e até as onipresentes lanchonetes americanas!

A cidade de Colmar, é bem menor, e muito parecida, também é dentro d’água cercada de canais. Estrasburgo tem La Petite France, Colmar tem La Petite Venise. É nesta região, ou próximo, que se deve ficar. Pessoalmente achei-a mais bonita que Estrasburgo. A cidade é literalmente uma fofura.

O programa é semelhante, passear e passear pelas ruelas admirando as construções bem características da cultura Alsaciana, parar em um restaurante, bar ou café, saborear as comidas típicas (mesmas de Estrasburgo) e apreciar. Colmar foi feita para ser apreciada. Também tem um passeio de barco. Uma coisa me chamou a atenção, os barcos são lentos, pois só podem usar motores elétricos de baixa potencia para não agitar as águas do rio que é raso e nem fazer barulho. Fantástica a preservação! 

Para quem gosta e tem tempo, ambas as cidades oferecem excelentes passeios de bicicleta pelos arredores, facílimo alugar uma.

É isso que tenho a dizer sobre as duas belas cidades Alsacianas, as fotos abaixo tentam passar a ideia aqui descrita.
Estrasburgo - Vista da Catedral

Estrasburgo - Rio Ill

Estrasburgo - La Petite France

Estrasburgo - Catedral de Notre Dame

Estrasburgo - catedral, detalhe da entrada.

Relógio marcando dia da Ascensão!

Estrasburgo - Vista da Ponte Coberta

Estrasburgo - sentado em um café em noite de chuva.

Cartaz que me chamou a atenção
Não somos os únicos decepcionados com os políticos
Colmar - Petite Venise
Colmar - Petite Venise

Colmar - Petite Venise

Colmar - Petite Venise, vista do barco
Colmar - Petite Venise

Colmar - Petite Venise, varanda típica

Colmar - Catedral, atentar para o telhado.

Colmar - Petite Venise, uma flor, assim como a cidade.




2 comentários:

  1. Legal. É um projeto meu antigo visitar a região. Espero poder realizá-lo em breve. Quando o fizer vou seguir estas dicas e acompanhar o chucrute com um bom Riesling ou um Gewürztraminer

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    1. Obrigado amigo! Bom saber que as pessoas aproveitam o que escrevemos!

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