– La Marseillaise foi composta aqui, dizem
os cidadãos de Estrasburgo quando se fala no hino nacional francês.
Aprendi isto conversando com um casal no bar do hotel
onde estava hospedado na rua de incrível nome: Rue du Jeu des Enfants.
Minha óbvia e imediata pergunta foi: – Então porque La Marseillaise?
– Não sei. Você sabe? Perguntou ele a mulher.
– Também não, foi a resposta.
E acreditem, todos os franceses a quem perguntei não
sabiam. Até que um amigo de lá me disse: – Eu também não sei, mas vou procurar
e lhe respondo.
A canção foi composta para o exército de Estrasburgo
na época da guerra com a Áustria, depois de algum tempo ela foi adotada pelos
combatentes de Marselha, mas eles não deram o nome de Marseillaise, durante a
revolução Francesa, quando eles se engajaram na luta e invadiram o palácio das
Tulherias, entraram cantando a música e o povo começou a gritar: Marseillaise! Marseillaise!
Pronto, estava batizado o hino da França.
Certas passagens me levam sempre a pensar na formação
do nosso país, até em pequenos detalhes o nosso povo é ausente. Um intelectual
compôs um poema, que o povo não conseguia entender desde o primeiro parágrafo,
um outro intelectual compôs uma música, juntaram os dois e apresentaram para os
brasileiros: – Eis o seu hino!
Bom, vamos em frente.
A Alsácia é uma região com uma história difícil,
objeto de disputa entre a Alemanha e a França, trocou de mão diversas vezes. O
aspecto das cidades alsacianas, são um tipo germânico, eles também tem uma
língua local (pouco utilizada, eles falam francês) que para o ouvido de um
estrangeiro, pelo menos brasileiro, soa muito parecido com alemão. Eles no
entanto, fazem questão de dizer que são Alsacianos e não gostam de serem
pensados como alemães. A Alsácia é parte da França.
Estive em duas cidades da Alsácia, desta vez viajei
sozinho, meu amigo e companheiro de viajem foi para Paris encontrar com alguns
amigos. Visitei Estrasburgo e Colmar.
As duas cidades são muito bonitas, Estrasburgo é uma
cidade grande, sede do parlamento europeu (um prédio moderno, redondo, todo de vidro), sua parte turística é o centro
histórico composto basicamente pela área chamada La Petite France e seus
arredores. Esta área é de uma beleza especial pois é construída dentro do rio
Ill, afluente do Reno. Foi construída uma barragem formando um lago e a cidade
é um conjunto de ilhas, que formam vários canais, desta forma tem-se uma
composição muito interessante de pontes, ruas, praças, casas e restaurantes a
beira dos pequenos canais.
Indo para Estrasburgo é fundamental ficar hospedado
próximo a esta área, que além de colecionar o que há de mais interessante a ser
visitado fica perto da estação de TGV ligando-a a Paris e outras cidades
importantes, inclusive Lyon.
Caminhar pelas ruas observando as construções é um
excelente programa, não deixe de fazer isso, se só tiver tempo para uma
atividade na cidade, que seja esta. Se gosta de pinturas o Museu de Belas Artes
é muito bom, também são bons o Museu Alsaciano e o Museu Histórico de
Estrasburgo. Imperdível uma visita a gigantesca Catedral de Notre Dame, se tiver
disposição suba as escadarias e desfrute as belas vistas da cidade. Não deixe
de conhecer o incrível e enorme relógio em seu interior, totalmente mecânico, que marca todas as
festas móveis.
Se tiver tempo faça o passeio de barco, é bem
interessante, além de ser uma oportunidade de ouvir sobre a história do local.
A comida típica de Estrasburgo é o seu chucrute, um
prato bem servido de carnes de porco, embutidos e repolho. Perguntei que bebida
deveria pedir para acompanha-lo. – Aqui comemos com vinho branco ou cerveja, respondeu a garçonete; preferi o vinho branco. Caso ache o chucrute muito pesado eles tem a tarte flambée, uma espécie de pizza bem fininha. Existe a tradicional e um monte de
variedades para atender os diversos paladares turísticos, fiquei com a
original: queijo branco, bacon e cebola! Mas não se preocupe a cidade oferece
vários tipos de restaurantes: Franceses, italianos, e até as onipresentes
lanchonetes americanas!
A cidade de Colmar, é bem menor, e muito parecida,
também é dentro d’água cercada de canais. Estrasburgo tem La Petite France,
Colmar tem La Petite Venise. É nesta região, ou próximo, que se deve ficar. Pessoalmente achei-a mais bonita que Estrasburgo.
A cidade é literalmente uma fofura.
O programa é semelhante, passear e passear pelas
ruelas admirando as construções bem características da cultura Alsaciana, parar em um restaurante, bar ou café, saborear as comidas típicas (mesmas de Estrasburgo)
e apreciar. Colmar foi feita para ser apreciada. Também tem um passeio de
barco. Uma coisa me chamou a atenção, os barcos são lentos, pois só podem usar
motores elétricos de baixa potencia para não agitar as águas do rio que é raso e
nem fazer barulho. Fantástica a preservação!
Para quem gosta e tem tempo, ambas as cidades oferecem excelentes passeios de bicicleta pelos arredores, facílimo alugar uma.
É isso que tenho a dizer sobre as duas belas cidades
Alsacianas, as fotos abaixo tentam passar a ideia aqui descrita.
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Estrasburgo - Vista da Catedral |
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Estrasburgo - Rio Ill |
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Estrasburgo - La Petite France |
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Estrasburgo - Catedral de Notre Dame |
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Estrasburgo - catedral, detalhe da entrada. |
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Relógio marcando dia da Ascensão! |
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Estrasburgo - Vista da Ponte Coberta |
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Estrasburgo - sentado em um café em noite de chuva. |
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Cartaz que me chamou a atenção Não somos os únicos decepcionados com os políticos |
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Colmar - Petite Venise |
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Colmar - Petite Venise |
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Colmar - Petite Venise |
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Colmar - Petite Venise, vista do barco |
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Colmar - Petite Venise |
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Colmar - Petite Venise, varanda típica |
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Colmar - Catedral, atentar para o telhado. |
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Colmar - Petite Venise, uma flor, assim como a cidade. |
Legal. É um projeto meu antigo visitar a região. Espero poder realizá-lo em breve. Quando o fizer vou seguir estas dicas e acompanhar o chucrute com um bom Riesling ou um Gewürztraminer
ResponderExcluirObrigado amigo! Bom saber que as pessoas aproveitam o que escrevemos!
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